Os escritores, os poetas, os sociólogos, os psicólogos... todos eles já falaram a respeito dos significados do olhar.
A importância que se dá ao olhar, sempre foi preocupação universal. Os russos tornaram imortais os “olhos negros”. Os latinos ensinam-nos: “Aqueles olhos verdes, translúcidos serenos.. parecem dois amenos, pedaços de luar…” A canção portuguesa diz-nos: “Teus olhos castanhos de encantos tamanhos… sinceros, leais…”
Sem dúvida nenhuma, o olhar é significativo demais porque num só segundo vê o mundo, um só olhar espelha a alma.
Há quem veja sem olhar, e há quem olhe sem ver. Olhos alegres refletem alma alegre. Olhos tristes são o espelho de uma alma cheia de angústias.
Há que se ver com o coração ( é o que nos diz Exupéry).
Mas o maior enigma, a mais difícil equação de nossas vidas, está em olharmos pra dentro de nós mesmos. Há que ter um olhar verdadeiro!
Um olhar que saiba decifrar as pequeninas inquietações, mas saiba também ver a solução, pra que elas não se tornem fantasmas para nos assombrar pela vida à fora. Olhar para dentro de nós mesmos, exige um olhar sábio e corajoso, sem meias verdades, sem medos. Quando o nosso eu, se sente desnudado pela verdade de nosso próprio olhar, há um ressurgimento em nós de uma esperança de total e radical mudança.
Daí começamos a perceber coisinhas miúdas aparentemente nulas, mas tão prazerosas que precisam ser trazidas à tona.
Pouca importância tem a cor do olhar. O que importa, é a amplitude e a imensidão do amor e da compreensão, seja para ver o exterior, seja para ver o nosso interior.
O olhar precisa ser carregado de significados, sim, mas significados significantes. Olhar além de nós, não importa… O que importa é que seja um olhar corajoso, sem medo de ver o que não se quer ver.
Olhar, sem medo de ver, de repente, o que nunca se viu, e ter coragem de me reconhecer!
Então vou completar o pensamento de Exupéry, dizendo :
“Só se vê bem se pusermos o coração no olhar, para que o essencial não se torne invisível aos olhos!”